Vasco Croft, o filósofo dos “vinhos biodinâmicos” Aphros

No coração do Alto Minho, na vila raiana de Arcos de Valdevez, fervilha um dos projectos mais entusiasmantes da actualidade dos vinhos produzidos em Portugal, graças à eterna busca filosófica de Vasco Croft, um arquitecto que deixou tudo para fazer brotar a marca Aphros.

Esta linha de vinhos de produção limitada e que tem merecido amplo reconhecimento de vários especialistas estrangeiros, é maioritariamente exportada. A garrafeira da Virgu Wines é um dos poucos lugares onde em Portugal se pode comprar toda a gama da Aphros.

“Uma adega ecológica modelo”

Nascida na Quinta do Casal do Paço, em Padreiro, Arcos de Valdevez, na Região dos Vinhos Verdes, a Aphros é a cara do seu criador, “um fauno disfarçado, a viver uma deliciosa vida decadente na adega, rodeado pelas mais perversas das ninfas”, como o próprio Vasco Croft fala de si no site desta marca de vinhos.

Este minhoto de alma que cresceu em Lisboa e que se assume como um “metafísico”, estudou filosofia, mas virou arquitecto e designer de móveis na capital.

A sua eterna busca “existencial”, que o move desde a tenra juventude, levou-o a descobrir o trabalho de Rudolf Steiner, o fundador da agricultura biodinâmica, e foi esse o rastilho que o levou a regressar às raízes familiares, em Arcos de Valdevez.

Deixou para trás a vida na capital e usou a mestria arquitectónica para renovar a Quinta do Casal do Paço, um imóvel que está na sua família desde o Século XVII.

Em 2004, lançou a marca Aphros, nome inspirado na espuma filosófica da qual nasceu a deusa Afrodite. E foi com esse mesmo romantismo, mas com a certeza de quem sabe bem o que faz, que lançou o conceito dos vinhos “biodinâmicos”.

 Quinta do Casal do Paço, em Padreiro, Arcos de Valdevez

“Simplicidade” com “menos tecnologia”

Com os ensinamentos de Steiner na bagagem, Vasco Croft criou “uma adega ecológica modelo” que vive da agricultura sustentável e que tem em conta o todo do ecossistema, desde as vinhas às árvores que as circundam, passando pelos javalis selvagens, as raposas e os cavalos garranos típicos da zona, e ainda pelas abelhas e pelas plantas autóctones que são utilizadas para reduzir pragas e doenças.

Isto sem esquecer as influências do sol e da lua que, desde tempos imemoriais, sempre guiaram os camponeses do Alto Minho.

“Simplicidade” com “menos tecnologia” e mais “significado”, resumia Vasco Croft numa entrevista, em Agosto de 2016, ao site Maker’s Table da reconhecida e premiada crítica de vinhos Meg Houston Maker.

Uma abordagem filosófica, mas que é também pragmática porque significa “ter a natureza a funcionar a favor dos vinhos”, como sublinhava no referido site, evidenciando aquela que é a sua principal missão, criar um produto final de extraordinária qualidade.

Eleito produtor revelação do ano em 2012, graças ao seu verde tinto Aphros Vinhão que temos aqui à venda na Virgu Wines, Vasco Croft tem originado vários artigos em blogues e jornais por todo o mundo e já expandiu a sua produção para mais duas quintas na zona dos rios Lima e Vez, a Espadanal e a Quinta de Valflores, onde as suas mais recentes “odes” ao vinho nascem sem recurso a electricidade.

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