Embora toda a gente tenha uma vida cheia de experiências relacionada com as características da comida e do seu sabor, a maioria não aprecia diariamente a relação do vinho com a refeição, na perspectiva de harmonização.
Como resultado a maioria da população não desenvolveu capacidades para de forma mais instintiva associar os vinhos com uma comida mais indicada. Esse é um trabalho de quem trabalha na área alimentar e lida com gastronomia e vinhos, o que não quer dizer que não existam outras pessoas com otimas capacidades.
O objectivo primário das metodologias de harmonizar vinho e comida é o de desenvolver capacidades que permitam identificar e caracterizar os elementos chave na comida e no vinho que tenham impacto directo na sua interacção e relacionamento. O que determina o maior ou menor sucesso desse tipo de trabalho é o treino e a prática. Toda a situação em que se usam os sentidos neste processo é uma mais valia e desafio constante aos limites individuais, aos conceitos relacionados e experiências acumuladas.
A harmonia entre vinho e comida pode ser abordada de variadas formas e perspectivas, dependendo da cultura associada ao vinho e gastronomia, ao estado de espírito de um determinado momento, do contexto, etc.
Uma boa harmonização é uma interpretação feita por um indivíduo, através dos seus sentidos, onde a sua capacidade adquirida e o seu treino o levam fazer comparações com as referências que já possui e a chega a uma determinada conclusão.
O principal objectivo de uma harmonização é o EQUILÍBRIO, seja este conseguido por contraste ou harmonia. É necessário entender as mensagens que os produtos, as confecções e o contexto fornecem. Não existe uma harmonia perfeita. Existem algumas que resultam outras que nem por isso.
Existem várias visões de ligação Vinho/Comida
- Técnica – tenta-se relacionar os pormenores técnicos entre a comida e os vinhos
- Empírica – alianças vinho e gastronomia que se desenvolveram de forma natural, ao longo dos tempos e que funcionam
- Tradicional– Conjunto de harmonias entre produtos regionais, de proximidade e que de facto fazem sentido
- Confortável – a harmonia do prazer. Quando determinadas harmonias não funcionam, mas que sabem bem, existe uma aceitação quase instintiva.
- Psico-fisiológica– quando a harmonia responde a questões sazonais, estados de espirito, com forte indução visual
O caminho para a melhor harmonia entre vinho e comida começa com a análise sensorial das características percebidas na comida e no vinho seguida
Somente a experiência de experimentar o máximo de ingredientes e vinhos permite obter uma experiência para adquirir competências para produzir uma harmonia o melhor possível.