O Aphros Loureiro 2020, do produtor Vasco Croft de Arcos de Valdevez, foi eleito um dos melhores vinhos do mundo pelo The New York Times. E tudo começou em 2004 depois de uma mudança de vida…
Para entendermos a essência do vinho Aphros, temos que contar a história do seu criador, Vasco Croft, um ex-arquitecto que deixou a cidade, Lisboa, para voltar à terra onde tem raízes familiares, em Arcos de Valdevez, no coração do Alto Minho, e dar forma à sua paixão pelos vinhos.
Nos últimos anos, os vinhos do produtor têm sido muito elogiados por diversos especialistas estrangeiros. E, agora, é o conceituado The New York Times que destaca o Aphros Loureiro 2020 como um dos melhores vinhos do mundo, num artigo assinado pelo crítico gastronómico Eric Asimov.
Este vinho que está à venda na Virgu Wines por apenas 10,90 euros é descrito como “um dos vinhos mais interessantes da nova vaga de produtores em Portugal”.
Recentemente, o podcast N2Vinho teve oportunidade de dar a conhecer melhor Vasco Croft aos enófilos portugueses. O produtor de Arcos de Valdevez foi um dos vários vignerons que já passaram pelo podcast que dá a conhecer os vinhos de excelência que se fazem em Portugal.
Vinhos com filosofia
Mas, voltando à história do Aphros e de Vasco Croft, o momento de viragem aconteceu no regresso deste ex-arquitecto às suas raízes. Assim, recuperou a Quinta do Casal do Paço, propriedade que está na sua família há vários Séculos, e investiu na produção de vinhos biodinâmicos.
“A biodinâmica é um método de cultivo baseado numa forma holística de compreender as relações dentro da natureza”, como se explica no site dos vinhos Aphros. Assim, “a diversidade mineral, vegetal e animal” da terra é vista “como um todo e conectada ao contexto maior dos ritmos e forças presentes no Cosmos”, salienta-se ainda no site.
Esta abordagem filosófica não é apenas para “Inglês ver”, nem resulta só do facto de Vasco Croft ter estudado filosofia. É uma abordagem que é efetivamente praticada, com uma agricultura sustentável e o respeito pela natureza que se estende aos animais, considerados essenciais para o equilíbrio do ecossistema.
“Amor em estado líquido”
As ovelhas e os cavalos garranos, que andam à solta nas montanhas da Peneda-Gerês e que são uma espécie ameaçada, ajudam a fertilizar o solo e a replantar flores em torno das vinhas. Essa combinação do elemento Ar, associado às ovelhas, com o elemento Fogo, que se relaciona com os cavalos, dá um contributo decisivo para os aromas finais do Aphros.
No processo produtivo, predomina a simplicidade, desde as vinhas à vinificação, o que permite criar vinhos de qualidade e sabor exclusivos. Assim, o Aphros reflete o terroir único na sua pureza, com o mínimo de intervenções química e tecnológica.
São “amor em estado líquido”, como dizem alguns. E nem sempre fáceis de encontrar! A Virgu Wines é um dos poucos lugares onde, em Portugal, se pode comprar toda a gama da Aphros que tem produção limitada.